quinta-feira, 9 de abril de 2015

E ela ali ficou. E eu continuei.

Ficou de pé atrás ao imaginar-se entrar lá para dentro.
Enquanto se questionava se iria faltar-lhe o ar, continuou a atar nos tornozelos aquela lista imensa de palavras certas e sentiu um sentimento de culpa enquanto olhava de esguelha para a sua botija de ilusões.
Elas ali ficaram, abandonadas à sua sorte, largadas na beira de uma mancha que podia muito bem ser um rio; e uma a uma, foram se alinhando do lado de fora da sua cabeça.
Como ficou vazia pensou conter a respiração lá bem no fundo, mas um traço na altura certa colocou-lhe os pulmões a salvo.
Enquanto tudo se transformava à sua volta e se perguntava qual era afinal o caminho, a minha mão incansável respondia-lhe com mais algumas linhas... e com mais alguns traços.
E ela ali ficou. E eu continuei. **

2 comentários:

7ze disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
7ze disse...

Liliana

Decerto que é pura coincidência, mas julguei ver uma zebra, graffitada com água por essa altura, que se encontra na Travessa da Misericórdia, em Santarém, pouco mais acima da porta daquele que era o Bar Xantarim!

Enfim, devo ser eu que faço sempre muitos filmes...

Aproveito para lançar um enigma: são três países africanos, que têm zebras e começam por Z! Dica: até há um que começa por Z e acaba com É. PoiZ...É