Sem entrar no sentido... (os tubarões não coram?), só para elogiar a magnífica performance em termos da profundidade de campo. Já alguém referiu (elogiosamente, claro) o aspecto «flat», bidimensional, suspenso, dos teus personagens: no entanto, a intencionalidade da perspectiva pode contribuir para os fazer ganhar vida (nos casos mais macabros quase sentimos o rigor mortis), como nesta ilustra. Sem considerar o eixo do olhar dela, que o texto dá por perdido no vazio (deve estar a fazer um gesto repetitivo com as mãos), está muito bem engendrada a disposição dos corpos. O pé esquerdo, mais distante, bastante mais pequeno que o direito, os ombros, a barbatana direita à esquerda, desproporcionadamente grande, a fechar essa diagonal da imagem, sugerem uma intersecção violenta dela, um acto de predação, com impacto ao nível da barriga do bicho. No entanto, depois, a disposição da cauda, paralela a essa diagonal, convida-nos a completar o movimento sugerido, a, num impulso rápido, fechar o resto da rotação que permitirá aos dois corpos tornarem-se num único semicírculo, que ele traz na barriga. Quem come quem?
9 comentários:
relex .dear,relex.
:) **
as construções que fazemos "na areia" , quando pensamos no nada ... estranho , mas com tranquilidade quase entendemos
bj
Sim. :) **
Sem entrar no sentido... (os tubarões não coram?), só para elogiar a magnífica performance em termos da profundidade de campo. Já alguém referiu (elogiosamente, claro) o aspecto «flat», bidimensional, suspenso, dos teus personagens: no entanto, a intencionalidade da perspectiva pode contribuir para os fazer ganhar vida (nos casos mais macabros quase sentimos o rigor mortis), como nesta ilustra. Sem considerar o eixo do olhar dela, que o texto dá por perdido no vazio (deve estar a fazer um gesto repetitivo com as mãos), está muito bem engendrada a disposição dos corpos. O pé esquerdo, mais distante, bastante mais pequeno que o direito, os ombros, a barbatana direita à esquerda, desproporcionadamente grande, a fechar essa diagonal da imagem, sugerem uma intersecção violenta dela, um acto de predação, com impacto ao nível da barriga do bicho. No entanto, depois, a disposição da cauda, paralela a essa diagonal, convida-nos a completar o movimento sugerido, a, num impulso rápido, fechar o resto da rotação que permitirá aos dois corpos tornarem-se num único semicírculo, que ele traz na barriga. Quem come quem?
Tão doce a hora... tão sereno instante...
7ze:
Sempre tão atento, tão observador e descritivo.
Obrigada pelo comentário.
Em relação à tua pergunta inicial, este tubarão, por motivos muito específicos, não cora não. ;) **
Spark:
Doces momentos. :) **
E voltou a mordiscá-lo - retirando-lhe um pouco mais de vermelho - antes de o atirar para o horizonte aparente.
:) **
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